quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Amor Passageiro

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Ela jamais havia viajado para tão longe de casa como daquela vez. Estava assustada, mas ao mesmo tempo animada, aquela imensa cidade italiana era realmente bela, com cidadãos educados, com uma arquitetura clássica que lembrava uma Europa romântica. Sempre gostou da literatura européia, da arte, música, e também a culinária, estava em Veneza, Itália, uma cidade belíssima sobre as águas. Sobre o barco que a levava para um passeio calmo pelas ruas aquáticas, Annabelle fotografava quase tudo o que via, até mesmo outros turistas, realmente estava animada. Um barco passava do lado, nele havia o remador e um jovem rapaz muito bonito, dava para perceber que era um italiano de sangue, seus olhos eram verdes, seus cabelos eram negros, lisos e curtos, tinha um nariz comprido e definido, um sorriso encantador, parecia um modelo. Era inevitável, até mesmo para homens, não olharem para aquele italiano, e Annabelle, de tão distraída, eufórica, que estava por ser sua primeira vez fazendo uma viagem como essa, se quer percebia o rapaz passar. Este que apreciava sua cidade fazendo um passeio naquele fim de semana, via a bela moça turista de olhos castanhos, cabelos ondulados loiros escuros, tirando fotos e mais fotos sem parar. Sem conseguir segurar, o jovem dava uma risada alta, fazendo Annabelle olhar para o mesmo e perceber que estava rindo dela, e sem ligar para a beleza do rapaz, ela perguntava:

- Que é? Tá rindo do que?

O rapaz se controlava uns instantes apenas para dizer:

- Nada... é que a câmera da senhorita está com a lente tampada...

Annabelle, sem acreditar muito no que o rapaz dizia, olhava para a lente, e nesse momento via que havia tirado dezenas de fotos pretas. Abaixava a cabeça, coçava a testa movendo a cabeça negativamente, como se não acreditasse que havia sido tão... besta... sem mais se lamentar, levantava a cabeça olhando para o italiano e começava a rir de si mesma:

- Eu não acredito nisso! Hahaha! Belas fotos vou levar para casa!

- Hahaha! Normal, nunca esteve aqui, não é?

- Nunca, deu para perceber, não? Veneza é realmente única! É tão bela!

- Concordo... moro aqui desde que nasci... e nunca perdi o encanto por essa cidade. Dizem que aqui as almas gêmeas se reecontram, minha mãe que dizia isso.

- Sério? Que bonito isso... você acredita nisso?

- Acredito. Talvez minha alma gêmea seja uma jovem bonita que tira fotos com a lente tampada, haha!

- Hahaha! Talvez minha alma gêmea seja um certo italiano intrometido... hahaha!

Ambos os barcos passavam devagar, em sentidos opostos. Annabelle e o italiano ficavam olhando um para o outro em curtos instantes. A jovem sorria e abaixava a cabeça, o rapaz sorria e olhava para o lado... depois voltavam a se olhar. Annebelle agora ficava distraída no gramado dos olhos do rapaz, e este olhava encantado para a jovem... ela nunca havia o visto na vida e nem ele, porém algo faziam ambos se apaixonarem um pelo outro ali mesmo. Talvez o que a mãe do jovem dizia fosse verdade, talvez fosse apenas atração da beleza, mas certamente era algo que unia aqueles dois. Ele apreciava o quão belo era o sorriso de Annabelle, imaginava a levando para um piquenique em um parque, a levando em um barco pelas ruas de Veneza, imaginava em como ele seria feliz vivendo ao lado da jovem. Ela imaginava uma vida ao lado do rapaz, casamento, filhos, talvez ele fosse o homem de sua vida... ou talvez apenas um amor de verão, com momentos inesquecíveis e felizes daquela viagem. 
Os barcos já se afastavam, Annabelle se quer sabia o nome do rapaz e nem ele o dela, com inúmeras maneiras de se comunicar hoje em dia, ambos se quer pediam o e-mail, telefone ou celular... apenas deixavam os barcos se afastarem... ela sorria para ele conforme ia ficando mais longe, o jovem acenava sorrindo para ela... talvez ela nunca mais voltaria a encontrá-lo... talvez ambos se reencontrariam em algum lugar... porém, a única coisa que era certa, é que por enquanto, era um amor passageiro.

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Arte da Felicidade

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      A vida parecia ser miserável para Brian. Artista plástico, que não ganhava muito, seu salário mensal variava, não tinha uma renda fixa. A noite, caía nos bares do subúrbio da cidade... a bebida o consumia até desmaiar ou colocar para fora tudo o que havia bebido. Era uma vida sem rumo, sem nenhum objetivo, sem alma.
      Lembranças boas talvez fossem as únicas coisas boas que ainda lhe restava. 
      Estava Brian naquela tarde, dentro de seu apartamento alugado imundo cheio de fumaça do seu cigarro, pintando algo em uma tela. Haviam tintas já secas nas paredes, no chão, jornais velhos por todos os lados, garrafas de cerveja, vodka, vinho, pinga e inúmeras bebidas alcoólicas jogadas pela casa. Diferente das outras pinturas, o artista parecia caprichar mais naquela que estava pintando, ainda não dava para definir o que seria, pois haviam apenas rabiscos, porém rabiscos firmes e leves, e não pesados e sem forma como fazia nas outras pinturas. 
      Horas e horas se passavam, maços e mais maços de cigarro eram jogados vazios ao chão, garrafas e mais garrafas de whisky, vodka e cerveja eram consumidas, tintas e mais tintas eram usadas na pintura. Faltava pouco para Brian completar sua obra, mas parecia cansado, assim decidia descansar. Ele dava uma limpada meio mal feita no sofá que estava imundo de salgadinhos, cigarros e outras coisas e se deitava. 
      Areia, mar, brisa, sol, coqueiros... era uma praia deserta de ondas calmas, de temperatura agradável, o sol não era escaldante, era morno e acolhedor, como se fosse o sol calmo da manhã. Além do som das gaivotas, se escutava a melodia harmoniosa das ondas do mar, fazendo a vontade de fechar os olhos e escutá-las ser grande, porém o céu era um verdadeiro espetáculo, com as nuvens que possuíam diversas formas fazendo do céu uma bela obra prima.
      Já era tarde da noite, Brian acordava com uma dor de cabeça suportável, depois de ter tantas insuportáveis nessa vida... e se levantava indo para próximo da sua obra não terminada. Como se sua expressão de preguiça sumisse, o artista dava um sorriso leviano, nada demais, mas estava muito satisfeito com os resultados de sua obra até o momento, então assim decidia terminá-la. 
      Uma falta de ar começava a incomodá-lo. Coçava os olhos, parecia que a imagem estava ficando embaçada, um cansaço grande tomava conta de todo seu corpo, e mesmo assim Brian não parava de pintar. Minutos se passavam, e cada vez mais a dificuldade de terminar aquela pintura aumentava. Chegava um momento em que era difícil ficar em pé, e como se soubesse o que estava acontecendo, o pintor dava gargalhadas enquanto ia se abaixando até que ficasse deitado ao chão, estava calmo, apesar de estar morrendo. Brian estava feliz naquele momento, iria deixar sua vida miserável, que nunca significou nada, sua obra estava finalmente terminada, era seu sonho, era uma cena de uma praia. Porém não era uma imagem qualquer , quem quer que a olhasse, sentiria o sol morno na pele, o cheiro do mar, o som das ondas fazendo uma harmoniosa melodia, o som das gaivotas, iria apreciar o imenso céu azul... era apenas uma imagem, mas havia felicidade nela, parecia que Brian havia colocado ali, toda sua felicidade até não poder mais... e no leito de sua morte, a última coisa que viu, foi o lugar de seus sonhos.
      

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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Meu fiel amigo

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Em dias chuvosos e depressivos, aqueles dias em que você fica se lamentando de algo recente que aconteceu na qual não pode voltar atrás, esses dias nos fazem querer ficar o dia inteiro em casa mergulhado no desânimo e tristeza. Mas eles sempre vêm e nos alegram fazendo com que fiquemos com vontade de sairmos correndo com eles na chuva, o fiel amigo, o fiel amigo cão.

Esse animal tão gracioso faz parte de nossas vidas e conforme o tempo, criou-se um intenso laço entre humano e cão. Um laço de amizade, amor, algo que apenas cão e dono são capazes de entender.
Há cães pequenos, grandes, gordos, rápidos, brincalhões, bravos, preguiçosos, calmos, trabalhadores, animados, medrosos, e uma infinidade de características, assim como as pessoas. Cada cachorro tem sua personalidade, suas manias e etc, isso faz desses seres encantadores, seres que são capazes de se tornarem tão próximos a nós quanto qualquer outro. Humano e cão é um maravilhoso exemplo de amizade entre espécies diferentes, uma amizade indescritível e verdadeira, talvez seja a amizade mais pura que exista para os humanos, pois, infelizmente, a amizade entre humanos mesmo, muitas vezes não é certamente uma amizade de verdade.
Um cão protege seu dono quando o mesmo se encontra em perigo, um cão alegra seu dono quando o mesmo se encontra desanimado, um cão respeita seu dono quando o mesmo quer ficar sozinho, um cão faz de tudo, a seu modo, para que seu dono se encontre satisfeito... mas e o dono? Bem, um dono oferece alimento a seu cão, um dono oferece uma boa casa a seu cão, um dono dá afeição a seu cão, um dono cuida de seu cão... e ambos dão amor um ao outro, seja lá qual for a maneira que cada um sinta ou expresse esse sentimento. Cão e dono, uma ligação diferente a cada cão e a cada dono.


Se você não tem um amigo cão, tá esperando o que? Há vários centros de adoção de animais, não só de cães, mas de vários animais espalhados nesse país, é só procurar. Pare para pensar um pouco, quantos cães nesse mundo estão passando o dia mundial deles na rua, sozinhos, doentes, maltratados,  sem mesmo ter algo para comer? É muito triste pensar nisso... é injusto, pois eles não conseguem pedir por alimento, não são capazes de se expressarem para que os outros entendam, não irão lhe pedir esmola para comprar ração, eles só ficam a espera da bondade das pessoas... que muitas vezes nem ligam para eles. Me entristece profundamente quando vejo um cão magro, doente, procurando por comida na rua... ele realmente não merecia aquela situação precária, aliás nenhum ser vivo merece viver de tal forma. 


Nesse dia tão especial, vamos fazer desses nossos amigos fiéis, amigos tão especiais quanto já são todos os dias. E você que não tem um desses amigos, adote, com certeza ele irá ser grato a vida inteira a você, e fará sua vida mais feliz com certeza. Parabéns a todos os cães do mundo e também aos seus donos, e que essa amizade tão verdadeira dure para sempre.




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